Nelson H. Barbour (1824 a 1905), adventista nasceu em Throopsville (ou Toupsville), próximo de Auburn, Nova Iorque. É conhecido pela sua associação com Charles Taze Russell, de 1876 a 1878. (Rochester Union and Advertiser de 5/10/1895, pág. 12)
Nelson Barbour foi um seguidor de William Miller. Depois, tornou-se líder de um grupo independente em Rochester, Nova Iorque. Sua publicação, Arauto da Manhã, chegou às mãos de Russell em Janeiro de 1876. Aproveitando-se dos cálculos escatológicos já publicados, ensinava a que a Segunda Vinda de Cristo seria invisível. Ensinava que vinda (ou presença; em gr. parousía) Cristo tinha acontecido em 1874.
Em 1859, numa viagem marítima de volta aos EUA, Nelson Barbour começa a reler as profecias e os trabalhos de William Miller e conclui que seu ex-mestre errou em 30 anos. No ano seguinte, Barbour visita a biblioteca do Museu Britânico e, lá, lê a obra Horae Apocalypticae, conclui que a volta do Senhor se daria em 1874, o ano em que se completaria os 6 mil anos da criação de Adão. Barbour começa a divulgar suas ideias sobre o ano de 1874. 1870- Barbour publica o panfleto Evidências da Vinda do Senhor em 1873 e O Grito da Meia-noite. A previsão de não se cumpre em 1874 e Barbour - diferentemente de seu antigo mestre, William Miller - decide insistir com a data, alterando apenas "a forma" do cumprimento de sua previsão - que seria "invisível". O termo grego parousia é entendido como uma presença invisível.
Em 1875, Barbour publica em seu periódico Arauto da Manhã, seus cálculos, partindo de 606 a.C. e chegando a 1914 como o fim dos "Tempos dos Gentios". Ainda neste ano 1976, um número do periódico de Barbour chega às mãos de Charles Taze Russell e eles se encontram. Deste encontro, eles se associam e passam a defender as mesmas ideias.
1876- Piazzi Smyth escreve um artigo sobre piramidologia no periódico Examinador da Bíblia, suscitando o interesse de George Storrs no assunto, o qual compartilhará seus achados com Russel. Russell - que, até então, não se mostrava interessado em cronologia - publica, também no periódico de Storrs , uma matéria reproduzindo o mesmíssimo cálculo que Barbour publicara um ano antes. 1877- É lançado o livro Três Mundos, de autoria de Nelson Barbour, com apoio de Russell. O livro proclama a esperança do arrebatamento celestial dos 'fieis' para 1878. Russel publica O Objeto e Maneira da Volta de Nosso Senhor. 1878- O tão esperado arrebatamento não acontece. Barbour, frustrado, desiste de novas previsões e revê a doutrina do resgate de Cristo. Russell discorda dele e insiste na teoria da 'invisibilidade' da Volta de Cristo. 1879- Morre George Storrs. Também neste ano, Charles Russell e Nelson Barbour entendem que é melhor separa-se. Russell cria o periódico A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo. A partir deste ponto, Russell segue seu ministério de evangelização sozinho.
Em 1877, fundiram-se os dois grupos, o de Pittsburgo - liderado por Russell - e o de Rochester -liderado por Barbour. Ambos, com a cooperação de outro associado de Barbour - John Paton - iniciaram um trabalho de divulgação, que se materializou na obra de Três Mundos, de Barbour, mas com o apoio financeiro de Russell. Além disso, Russell começou a aparecer como co-editor da publicação Arauto da Manhã, ao lado de Barbour e de Paton. Um dos pontos que o livro de Barbour destacava era que no ano 1878 seria marcado pelo arrebatamentos dos 'santos' ao céu. Quando tais esperanças não se materializaram, ocorreu o primeiro cisma, com muitos abandonando o movimento.
Russell permanecia apegado à teoria da parousia [presença, vinda] "invisivel" - adotada depois do fracasso de 1874 - esta nova decepção exerceria sobre Barbour um efeito análogo ao que William Miller experimentou 34 anos antes. Já que se tratava da quinta desilusão religiosa em sua vida - 3 delas em sua época de millerista e 2 consigo mesmo - coisa pela qual Russell ainda não tinha passado. De modo que Barbour foi impelido a outras direções. Isto não tardou em produzir discordâncias doutrinais francas e abertas entre eles, o que culminaria com a rutura. Em 1879, Russell se retirou oficialmente da parceria com Barbour, acompanhado de Paton, com o qual também romperia, tempo depois.